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Formação

 

Luis ALberto Ângelo e Rosimere Costa Ângelo(casamento)** Camille Gambim da Rosa

“Que a quaresma seja uma oportunidade de conversão. Especialmente para os ricos, soberbos e poderosos”

É uma grande oração a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2016, publicada hoje, mas assinada no dia 4 de outubro de 2015, festa de São Francisco de Assis. Uma oração que o Papa dirige a Deus pelo pobre, no qual “a carne de Cristo se torna de novo visível como corpo golpeado, ferido, chicoteado, faminto, em fuga…”. Mas também uma oração pelo rico, pelo poderoso, pelo soberbo, que, cego pelo poder, vive “escravo do pecado” e fechado hermeticamente a Deus correndo o risco de “afundar naquele eterno abismo de solidão que é o inferno”.

Para todos o Papa invoca a misericórdia de Deus. “Misericórdia eu quero, e não sacrifícios” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar é, de fato, o tema da Mensagem. “A misericórdia de Deus – escreve, de fato – transforma o coração do homem e lhe faz experimentar um amor fiel e assim o torna capaz de misericórdia no seu entorno”.

“É um milagre sempre novo” que o Santo  Padre espera que também aconteça durante este jubileu e que possa “irradiar na vida de cada um de nós, motivando-nos ao amor do próximo e animando aquelas que a tradição da Igreja chama de obras de misericórdia corporais e espirituais”.

Elas – explica Bergoglio – “nos lembram que a nossa fé se traduz em ações concretas diárias, destinadas a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre as quais seremos julgados: alimentá-lo, visita-lo, consola-lo, educa-lo”. Especialmente “quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofrem por causa da sua fé”.

Na verdade, há um pobre – destaca o Pontífice – que é ainda “mais miserável”: é “aquele que não aceita reconhecer-se como tal”, que “acredita que é rico, mas que, na verdade, é o mais pobre dos pobres”. Ele “é assim por ser escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder não para servir a Deus e os outros, mas para sufocar em si a profunda consciência de ser, também ele, nada mais do que um pobre mendicante”.

“Quanto maior o poder e a riqueza à sua disposição, maior pode se tornar esta cegueira mentirosa”, afirma o Pontífice, chegando ao ponto de não querer nem sequer ver o pobre mendicante na porta da sua casa. “Esta cegueira – adverte – é acompanhada por um soberbo delírio de onipotência, na qual ressoa sinistramente aquele demoníaco ‘sereis como Deus’ que é a raiz de todo pecado”.

Tal frenesi corre o risco de expandir-se e poluir o meio ambiente, assumindo também formas sociais e políticas. Isso foi demonstrado pelos totalitarismos do século XX e é demonstrado hoje pelas “ideologias do pensamento único e da tecnosciência, que pretendem tornar a Deus irrelevante e de reduzir o homem a massa instrumentalizável”. Também pode ser demonstrado pelas “estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento baseado na idolatria do dinheiro, que fazem as pessoas e as sociedades mais ricas indiferentes ao destino dos pobres, que lhes fecham as portas, rejeitando, até mesmo, de vê-los”.

É neste cenário instável que chega a Quaresma, um “tempo favorável”, especialmente neste Ano Jubilar, “para poder finalmente sair da própria alienação existencial graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia”, destaca o Papa. “Se através daquelas corporais – reitera – tocamos a carne do Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de serem alimentados, vestidos, abrigados, aquelas espirituais – aconselhar, ensinar, perdoar, corrigir, orar – tocam mais diretamente o nosso ser pecadores”.

Por isso obras corporais e espirituais “nunca se separam”. “É justamente tocando na miserável carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber o dom da consciência de ser ele mesmo um pobre mendigo”, afirma o Santo Padre. E garante que, através deste caminho, também os ‘soberbos’, o ‘poderosos’ e os ‘ricos’ “têm a possibilidade de dar-se conta de serem imerecidamente amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles”.

Só neste amor “está a resposta a esse anseio de felicidade e de amor infinitos que o homem se ilude de poder preencher por meio dos ídolos do conhecimento, do poder e do possuir”. Mas – adverte Francisco – “fica sempre o perigo que, por causa de um sempre maior fechamento a Cristo, que no pobre continua a bater na porta dos seus corações, os soberbos, os ricos e os poderosos terminem se condenando a cair naquele eterno abismo de solidão que é o inferno”.

Para todos estes, então, ressoem as sinceras palavras de Abraão: “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos”: “Esta escuta diligente – deseja o Papa – nos preparará da melhor forma para comemorar a definitiva vitória sobre o pecado e a morte do Esposo já ressuscitado”. A este respeito, o Pontífice recorda a iniciativa 24 horas para o Senhor, através da qual se quer destacar “a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente aquela profética”.

“A misericórdia de Deus é, de fato, um anúncio ao mundo: mas de tal anúncio cada cristão é chamado a fazer experiência em primeira pessoa”, acrescenta; justo por isso no tempo quaresmal serão enviados os Missionários da Misericórdia, “para que sejam para todos um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus”.

A última reflexão do Papa é sobre a Virgem Maria, “ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e é continuamente evangelizada por obra do Espírito Santo”. O Pontífice pede a sua materna intercessão: Ela “que em primeiro lugar, diante da grandeza da misericórdia divina que lhe foi dada gratuitamente, reconheceu a própria pequenez, reconhecedo-se como a humilde serva do Senhor”. Com este exemplo, o convite do Papa Francisco é, portanto: “Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão!”.

Fonte: Zenit

De mais de 2 mil aparições marianas registradas, só 16 foram reconhecidas pelo Vaticano

É inegável que a devoção à Virgem Maria esteja estendida pelo mundo inteiro. Assim o revelam suas inumeráveis invocações e também os abundantes testemunhos sobre sua mediação a favor daqueles que a invocam com grande fervor. É tal o impacto que por séculos tem gerado a Mãe de Deus na Fé dos crentes, que inclusive recentemente a revista norte-americana National Geographic destacou a figura da Santíssima Virgem Maria como “a mulher mais poderosa do Mundo”.

Dentro deste fenômeno mariano, o que mais chama a atenção são suas aparições: mais de 2 mil registradas em todo o mundo, segundo o website ‘The Miracle Hunter’ (www.miraclehunter.com), que reúne os relatos, histórias, testemunhos e frequência de milagres, entre eles as aparições marianas, que se registraram ao longo dos séculos, tudo baseado nas investigações de Michael O’Neill.

De acordo com o website, a primeira aparição da Virgem da qual se tem dados, é a de Nossa Senhora do Pilar de Zaragoza, na Espanha, que apareceu ao Apóstolo Santiago o Maior às margens do rio Ebro no ano 40 depois de Cristo. De acordo com a tradição, esta aparição tem um selo particular diante das demais, já que a Mãe de Deus se apresentou em “carne mortal” ao apóstolo padroeiro da Espanha.

O certo é que diante destes acontecimentos a Igreja Católica sempre foi muito prudente e de todas as aparições marianas, o Vaticano somente reconheceu 16 e 28 contam com a aprovação dos Bispos locais.

Prudência que está muito bem explicada no Catecismo da Igreja Católica, onde se expõem: “Ao longo dos séculos houve revelações chamadas ‘privadas’, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Estas, no entanto, não pertencem ao depósito da Fé. Sua função não é a de ‘melhorar’ ou ‘completar’ a Revelação definitiva de Cristo, mas a de ajudar a vivê-la mais plenamente em uma certa época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos fiéis (sensus fidelium) sabe discernir e acolher o que nestas revelações constitui uma chamada autêntica de Cristo ou de seus Santos à Igreja”.

Tal como se expõem no website ‘The Miracle Hunter’, durante o Concílio de Trento (1545-1563) se estabeleceu que o Bispo local é a primeira e principal autoridade para julgar a autenticidade de uma aparição mariana; quer dizer, se reconhece que sua mensagem não é contrária à Fé já a moral, e a Virgem Maria pode ser venerada de uma maneira especial. Aqui a aprovação do Vaticano não é necessária para assinalar que a aparição é autêntica, mas, depois de uma aprovação episcopal, este pode realizar uma declaração oficial, ou, após um tempo, efetuar uma visita papal coroando a imagem ou presenteando com uma rosa de ouro.

Entre as aparições marianas que contam com reconhecimento da Santa Sé, se encontram a da Virgem de Guadalupe, no México (fato ocorrido em 1531); a de Nossa Senhora de Siluva, na Lituânia (1608); a Virgem da Medalha Milagrosa na França (1830); Nossa Senhora de Sión em Roma, Itália (1842); a Virgem de La Salette (1846) e Lourdes (1858) na França; Nossa Senhora de Gietzwald na Polônia (1877); a Virgem de Fátima, Portugal (1917), e a Mãe do Mundo de Kibeho, Rwanda (1981), para mencionar algumas.

Sobre Medjugorje, na Bosnia e Herzegovina, a Igreja se mantêm prudente seguindo o parecer dos Bispos da Iugoslávia (país que se dividiu após as guerras), que em 1991 assinalaram que “não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais”. Para este sucesso em 2010 foi constituída a partir do Vaticano uma comissão internacional, sob a autoridade da Congregação da Doutrina da Fé, que tem a cargo determinar a sobrenaturalidade ou não do fenômeno.

fonte: Aleteia

“Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo” - Mensagem do Papa Francisco para o 50° Dia Mundial das Comunicações Sociais

O papa Francisco ressalta a importância de usar as redes sociais para promover o bem da sociedade

“Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo” é tema da mensagem divulgada para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A celebração ocorrerá no dia 8 de maio, domingo que precede a Festa de Pentecostes. 

O texto escrito pelo papa Francisco está em sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. De acordo com o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, a data quer ser ocasião para refletir sobre as “sinergias profundas entre comunicação e misericórdia”.

O papa explica que “o Ano Santo da Misericórdia” meditará a relação entre a comunicação e a misericórdia. “Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir”, escreveu Francisco.

Na mensagem, recordou, ainda, a importância do uso correto das redes sociais para a promoção do bem comum. “As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos”, disse o papa.

  

Mensagem do Papa Francisco para o
50° Dia Mundial das Comunicações Sociais

 

“Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”

Queridos irmãos e irmãs!

O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a refletir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.

Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das ações da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.

A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e ações hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.

Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (“O mercador de Veneza”, Ato IV, Cena I).

É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (...) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).

Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.

Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objetivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.

Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.

Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cômodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.

Também e-mails, SMS, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.

A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.

Papa Francisco

Vaticano, 24 de Janeiro de 2016

Homilia do Papa: “Não há humildade sem humilhação”

O Papa Francisco, em sua homilia na primeira missa realizada em fevereiro na capela da Casa Santa Marta, destacou que a humildade é o caminho da santidade. Ele refletiu sobre a história do Rei Davi que consciente de seu pecado, aceita a humilhação confiando no Senhor. Francisco explicou que Deus perdoa o pecado, “mas as feridas de uma corrupção dificilmente se curam”.

O Rei Davi “está a um passo de entrar na corrupção”, mas o profeta Natã, enviado de Deus, lhe faz entender o mal que havia feito. Francisco recordou que David é pecador, mas não corrupto, porque, “um corrupto não se dá conta de que é corrupto”. E explicou que “é necessária uma graça especial para mudar o coração de um corrupto” e David, que tinha o coração nobre, reconhece a sua culpa. Nathan diz: “O Senhor perdoa o seu pecado, mas a corrupção que você semeou crescerá. Você matou um inocente para encobrir um adultério. A espada nunca se distanciará de sua casa”.

Por isso, o Santo Padre afirmou que “Deus perdoa o pecado, Davi se converte, mas as feridas de uma corrupção dificilmente se curam. Vemos isso em muitas partes do mundo”, acrescentou ele. David deve enfrentar o filho Absalão, que faz guerra contra ele. Mas o rei reúne o seus e decide deixar a cidade e permite à Arca de voltar, não usa Deus para se defender. Ele vai embora “para salvar o seu povo”. “Este é o caminho de santidade que Davi, depois daquele momento em que entrou na corrupção, começa a percorrer”.

O Papa continuou sua homilia recordando que David chorando e com a cabeça coberta, deixa a cidade e tem que o segue para insultá-lo. Entre estes, Semei, “chamado de sanguinário”. David aceita isto porque, como disse o Papa, “se amaldiçoa, foi porque o Senhor”, lhe disse.

O Papa continuou explicando que “David sabe reconhecer os sinais: é o momento da humilhação, é o momento no qual ele está pagando sua culpa”. E acrescentou: “Este é o percurso de Davi, do momento da corrupção a esta entrega às mãos do Senhor. E esta é santidade. Esta é humildade”.

“Eu – continuou Francisco – penso que cada um de nós, se alguém nos diz algo, uma coisa feia, de imediato procuramos dizer que não é verdade”. Ou fazemos como Semei: “Damos uma resposta ainda pior”.

Por outro lado, o Santo Padre esclareceu que “a humildade pode chegar somente a um coração por meio das humilhações. Não há humildade sem humilhação, e se você não for capaz de ter algumas humilhações na vida, não será humilde”.

Por fim, o Papa destacou que “a única estrada para a humildade é a humilhação. O fim de Davi, que é a santidade, chega por meio da humilhação. O fim da santidade que Deus dá a seus filhos, presenteia à Igreja, vem por meio da humilhação de seu Filho, que se deixa insultar, que se deixa levar à Cruz, injustamente. E este Filho de Deus que se humilha –concluiu Francisco – é o caminho da santidade. E Davi, com a sua atitude, profetiza esta humilhação”.

O Bispo de Roma convidou a pedir ao Senhor “a graça, para cada um de nós e para toda a Igreja, a graça da humildade, mas também a graça de compreender que não é possível ser humilde sem humilhação”.

Os papas e os judeus: do concílio aos "irmãos maiores"

O divisor de águas foi João Paulo II, em 13 de abril de 1986, quando cruzou o limiar da Sinagoga de Roma, uma das maiores da Europa – a mesma que, neste domingo, 17 de janeiro, vai receber o papa Francisco. Foi a primeira vez que um pontífice realizou tal gesto. Ninguém, nem judeus, nem cristãos, estava preparado para um evento daquela magnitude; todos, no entanto, tinham uma certeza: naquele momento, estava sendo escrito um capítulo da história. Uma história de reconciliação entre dois povos já iniciada com o Concílio Vaticano II e com a Nostra Aetate, pedra angular do diálogo da Igreja com as outras religiões, especialmente com o judaísmo, definido pela primeira vez, oficialmente, como o húmus do qual floresceu o cristianismo.

Antes mesmo do concílio, houve o gesto inesquecível de São João XXIII, que, em 1959, parou o carro e o cortejo papal para abençoar os judeus que, no sábado, saíam da sinagoga. Um gesto revolucionário, de grande simbolismo, que ganhou o entusiasmo de todos os presentes: eles cercaram o carro do papa para aplaudi-lo e saudá-lo.

Depois, veio a viagem de Paulo VI à Terra Santa, em 1964, que serviu de trampolim para a história de redescoberta das raízes comuns. São João Paulo II lhe deu mais um impulso ao escrever um novo capítulo cujo título era uma expressão simples: "irmãos maiores". Esta expressão finalmente varreu outra, "pérfidos judeus", contida na oração da Sexta-Feira Santa, que indicava a difícil relação vivida entre católicos e judeus até o concílio. Em duas palavras, o papa polonês resumiu a profunda mudança que estava ocorrendo na Igreja e que ainda continua a evoluir, ano após ano, papa após papa.

Desde aquela visita à comunidade judaica de Roma, de fato, nada mais foi como antes: o abraço entre os dois povos irmãos, desejado por muitos (mas não por todos), se transformou de esperança em realidade, com os gestos de fraternidade e acolhimento mútuo entre o pontífice e o então rabino-chefe de Roma, Elio Toaff. O mesmo Toaff aparece no testamento espiritual de João Paulo II juntamente com o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, e o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia que tinha sido secretário do Santo Padre durante quarenta anos. Sinal de um vínculo "que vai além do oficial: uma simpatia substancial que leva à amizade mesmo onde o perfil doutrinal pode criar problemas".

No volume autobiográfico “Pérfidos judeus, irmãos maiores”, Toaff detalha esses momentos: "Juntos, entramos no Templo. Passei em meio ao público silencioso, de pé, como num sonho, com o papa ao meu lado, seguidos por cardeais, bispos e rabinos: uma procissão incomum e certamente única na longa história da sinagoga. Subimos à Tevá e nos voltamos para o público. E então explodiram os aplausos. Aplausos longuíssimos e libertadores, não só para mim, mas para todo o público, que, finalmente, entendeu a fundo a importância daquele momento... Os aplausos irromperam [novamente], irrefreáveis, quando [o papa] disse: ‘Vocês são os nosso irmãos amados e, de certa forma, pode-se dizer, os nossos irmãos maiores’".

Seguiram-se nos anos posteriores outros encontros entre os dois líderes religiosos, muitas vezes privados. E cartas. Muitas cartas. Como a enviada por João Paulo II ao rabino na Páscoa de 1987. Toaff relembra: "O papa Wojtyla me escreveu para que eu fosse porta-voz, na minha Comunidade, dos seus votos de continuidade, juntos, judeus e cristãos, na jornada da liberdade e da fé na esperança, com a alegria que está nos corações durante a grande solenidade da Páscoa. ‘Recordemos em todo momento da nossa vida que o homem é feito à imagem de Deus’, dizia João Paulo II”.

Depois dele, Bento XVI foi em 17 de janeiro de 2010 à mesma antiga sinagoga, reconstruída entre 1901 e 1904 em um dos quatro lotes disponibilizados pela demolição das áreas mais degradadas do gueto. Os judeus romanos, cuja presença na capital italiana data de 70 d.C., queriam que o novo templo surgisse entre os dois principais símbolos da liberdade recém-reconquistada: o Capitólio, sede administrativa, e o Janículo, local das mais ferozes batalhas do “Risorgimento”; e que fosse grande e visível de todos os pontos da cidade.

O resultado foi um edifício eclético, sugestivo por dentro e fastuoso por fora, graças às suas formas assiro-babilônicas. Bento XVI o visitou 24 anos após o seu antecessor. Em seu discurso, o papa alemão quis imediatamente inserir a sua visita no marco da de João Paulo II: "Ao vir até vocês pela primeira vez como cristão e como papa, o meu venerado predecessor João Paulo II quis dar um decisivo contributo à consolidação das boas relações entre as nossas comunidades, para superar toda incompreensão e preconceito. Esta minha visita se insere no caminho já traçado, para confirmá-lo e reforçá-lo".

Não faltou a ocasião de reiterar o pedido de perdão "por tudo o que pôde favorecem de algum modo as feridas do antissemitismo. Que essas feridas sejam curadas para sempre!", disse Ratzinger, elevando a mesma oração que João Paulo II tinha feito no Muro das Lamentações, em Jerusalém, no dia 26 de março de 2000: "...Estamos profundamente entristecidos pelo comportamento daqueles que, no curso da história, fizeram sofrer a estes que são teus filhos, e, pedindo-te perdão, queremos empenhar-nos a viver uma genuína fraternidade com o povo da Aliança".

É, portanto, um caminho pavimentado aquele que, no próximo domingo, o papa Francisco vai trilhar, ele que sempre foi próximo do mundo judaico e que manteve uma profunda amizade com o rabino argentino Abraham Skorka, origem do livro “O Céu e a Terra”. Esse caminho será enriquecido pela coincidência da visita do papa com a 27ª Jornada da Igreja italiana para o desenvolvimento do diálogo entre católicos e judeus, num contexto histórico marcado por tantos conflitos no mundo e pela violência extremista em nome das religiões. Além de tudo, estamos no Jubileu da Misericórdia, um evento católico, mas de raízes hebraicas, que faz verdejar mais ainda o vínculo particular entre esses dois povos irmãos.

Fonte: Zenit

Depoimento

 

Santa Rita é minha protetora.
Sempre que estou em dificuldade, é a ela que eu recorro. Ela nunca deixou de me atender.
Santa Rita é nossa protetora!
Toda minha família tem muita fé.
Santa Rita, rogai por nós.

Eva Soares Kowalski, 41 anos
Pastoral do Dízimo

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