São Paulo, ao falar sobre os dons, concluiu:
"Aspirai aos dons superiores. E agora, ainda vou indicar-vos o caminho mais excelente de todos. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!" (ICor 12,31.13,2).
São Paulo não despreza os dons, mas afirma que, acima de todos eles está o amor.
O que nos constrói é o amor. Cada um de nós vale o quanto ama.
Para Deus nada é impossível, e tudo é possível àquele que que crê. O anjo disse a Maria, anunciando que sua prima Isabel estava grávida e já estava no sexto mês: "Nada é impossível a Deus" (Lc 1,37). E Jesus disse: "Tudo é possível para quem crê" (Mc 9,23b).
Algumas pessoas exigem fé dos outros ao afirmar: "Você não foi curado, porque não acreditou". Isso não é verdade! Nossa fé será sempre do tamanho de um grãozinho de mostarda. Não espere senti-la grande; é preciso pegar a que temos e aplicá-la.
Muitas vezes, deixamo-nos levar por nossos sentimentos e raciocínios. Por sentirmos que nossa fé é pequena, achamos que não vale a pena semeá-la: "Como vou confiar nessa fé e pequena?".
Se Deus não confiasse em você no momento de sua concepção, você não existiria. Éramos microscópicos no ventre de nossa mãe. Nossa fé é igualzinha a uma criança que começa microscópica no ventre da mãe. Ela é sustentada e cresce, desenvolve-se e um dia vem à luz. Assim também precisamos semear nossa fé pequenina como a semente de mostarda. É preciso que as obras da fé colaborem para que ela venha à luz.
‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’. É suave a palavra ‘misericórdia’, meus irmãos. E se a palavra assim é, o que não será a realidade?
Apesar de todos a desejarem, não agem de modo a merecer recebê-la; o que é não é bom. De fato, todos querem receber a misericórdia, mas poucos querem dá-la.
Ó homem, com que coragem queres pedir aquilo que finges dar! Deve, portanto, conceder misericórdia aqui na terra quem espera recebê-la no céu. Por isto, irmãos caríssimos, já que todos queremos misericórdia, tenhamo-la por padroeira neste mundo, para que nos liberte no futuro. Há no céu uma misericórdia a que se chega pelas misericórdias terrenas. A Sagrada Escritura assim diz: Senhor, no céu, tua misericórdia.
Qual é a misericórdia humana? Aquela é claro, que te faz olhar para as misérias dos pobres. E a misericórdia celeste? Certamente a que concede o perdão dos pecados” (São Cesário de Arles, bispo).
Peçamos, hoje, ao Senhor, a graça de sermos misericordiosos, principalmente com os mais pobres e necessitados.
Jesus, eu confio em Vós!
Nós estamos muito mais perto da Vinda de Jesus do que a Igreja Primitiva. Já se passaram quase dois mil anos. Se os primeiros cristãos esperavam ardente e vivamente a volta do Senhor, que dirá nós? É preciso viver cada dia como se Jesus viesse hoje.
É assim que Ele quer se espere Sua Vinda gloriosa. É por isso que Ele diz: "se o o dono da casa soubesse em que momento da noite ia chegar o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a parede de sua casa".
O dono da casa fica vigiando a noite inteira. Por quê? Porque não sabe a que hora virá o ladrão. Então ele vigia a noite inteira. Ele não vem às dez, mas o dono fica vigiando. O ladrão não vem às onze, e ele continua a vigiar, nem às duas da manhã, no entanto, o dono da casa ainda vigia. Essa atitude é muito importante: quanto mais se encaminha no tempo, mais é preciso vigiar.
Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova. Tudo vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação. Pois, de qualquer forma, era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas, e pondo em nós a palavra de reconciliação. É em nome de Cristo que exercemos a função de embaixadores, e, por nós, é o próprio Deus que, na realidade, vos dirige um apelo. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos, deixai-vos reconciliar com Deus (2Cor 5,17-20).
"Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova." É uma afirmativa, não é uma hipótese. "Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura." Não é uma suposição: "Talvez seja! Quem sabe...Pode ser!" É uma realidade.
Reconciliação compreende também voltar para casa, fazer as pazes, voltar ao mútuo amor. Reconciliar-se compreende perdoar, deixar todo o passado de lado. Isso é reconciliar. Aqui há um brado: "Em nome de Cristo, nós vos suplicamos, deixai-vos reconciliar com Deus" (2Cor 5,20b).
Para céus novos e uma terra nova é preciso uma "nova geração", e o Senhor está nos escolhendo, desde agora, como sementes dessa geração.
Quando plantamos uma semente, a planta que vai nascer será de acordo com a semente que foi plantada. Se plantarmos alface, nascerão cabeças de alface. Se semearmos feijão e milho, nascerão pés de feijão e milho.
Somos sementes de uma nova geração, e Deus quer nos colher para uma nova humanidade. Ele nos selecionou. É uma dura seleção, mas necessária.
Para a seleção do Brasil, os atletas são escolhidos entre muitos e preparados duramente. Todo atleta precisa passar por um duro treinamento para estar pronto, para ter fôlego e conseguir chegar à final. O Senhor nos trata dessa forma, Ele é exigente conosco, porque fomos selecionados e escolhidos para sermos sementes de uma nova geração.
“Meu espelho há de ser Maria. Visto que sou sua filha, devo parecer-me com ela e assim parecerei com Jesus” (Santa Teresa dos Andes).
Nesses últimos dias, a Canção Nova teve a graça de receber a imagem peregrina de Fátima. A presença dela é a certeza de que a Virgem Santa sempre estará conosco. Maria é para nós exemplo de amor e fidelidade.
Peçamos ao Senhor, hoje, a graça de termos as características de Nossa Senhora, a fim de que todas as nossas ações sejam para a glória de Deus, e assim possamos dizer como ela: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lucas 1,47).
Rezemos: “Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa, ao vosso Coração Imaculado nos consagramos, em ato de plena entrega de doação ao Senhor”.
Jesus, eu confio em Vós!
Poderíamos afirmar: "A sabedoria de Deus está no ar, está aí à nossa disposição, como as ondas da rádio". Precisamos captá-la, sintonizá-la e colhê-la. Isso não significa que nos tornaremos sábios, pois somos sem sabedoria e constantemente necessitamos dos conhecimentos do Senhor. Ela nos vai sendo dada a cada momento, na medida da nossa necessidade.
Nunca seremos perfeitamente sábios. Há pessoas que podem se iludir, pensando que, ao receber o dom da sabedoria divina se tornarão sábias. Não é bem assim. Nós seremos sempre pobres de conhecimento e constantemente necessitados da sabedoria de Deus. São Paulo disse: "Ó, profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Como são insondáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!" (Rm 11,33).
O saber do Senhor está ao nosso alcance tanto quanto o Seu poder. Devemos buscá-la, colhê-la e a utilizarmos em nossa vida.
“Eis que faço nova todas as coisas” (Apocalipse 21, 5).
Diante de todas as realidades de violência que presenciamos nas famílias, nas ruas e no mundo, temos de dizer ‘sim’ à paz.
Diante de todas essas realidades de maldade, não podemos perder a esperança. Temos o Senhor e cremos que Ele tudo pode transformar; por isso, no início deste dia, rezemos por todos aqueles que estão sofrendo e peçamos a Jesus que faça nova todas as coisas.
Rezemos: “Cristo, quero ser instrumento de Sua paz e de Seu infinito amor. Onde houver ódio e rancor, que eu leve a concórdia, que eu leve o amor.
Jesus, eu confio em Vós!
Não existe outra maneira de formar evangelizadores como Jesus a não ser pela escola da vida: orando ao Senhor, ouvindo-O, crescendo com Ele. O Senhor nos educa nas coisas da vida, nas dificuldades e nos relacionamentos, diante dos quais, muitas vezes, nos pegamos com o coração aflito. Deus nos ensina por meio do perdão a ser dado ou pedido, na reconciliação a ser feita.
Por tudo isso, forma-se nosso coração e o coração do evangelizador, que evangeliza a partir da própria experiência. O evangelizador é continuamente transformado pelo Senhor, e não é perfeito. Ele não se põe solenemente na atitude de mestre, que sempre porta a Bíblia e caceteia a cabeça dos outros, falando como se fosse o tal, como se já conhecesse todas as coisas, julgando que todos os outros precisam se converter, porque são pecadores. Não é nada disso. O formador colhe todas as coisas no comum e rotineiras para guardá-las e meditá-las em seu coração.
Tudo isso acontece na casa, no coração de Maria. Ela foi a formadora de Jesus e é a primeira formadora dos evangelizadores. Provavelmente, nossos irmãos, ainda mais nos tempos de hoje, não terão outro Evangelho para ler a não ser as nossas próprias vidas. Maria tem sido a Mãe, a mestra, a educadora de cada um de nós, e quanto mais nos deixamos modelar, mais ela fará essa obra linda, caseira e doméstica em nós, porque foi formada em sua casa e na oficina de José.