A criatura humana foi feita para adorar a Deus. Quando nos defrontamos e nos abrimos para Deus, ficamos abismados e admirados por Ele.
A característica da adoração é essa admiração. Às vezes nem temos palavras. Ficamos boquiabertos diante do Santíssimo.
Deus nos deu inteligência para saber e conhecer. Deu-nos sensibilidade. Sentimos e temos emoções. Assim, quando estivermos diante dele, sentiremos essa emoção diferente de ficar admirados, emocionados e envolvidos diante de Deus: é a oração do coração que apaixonado, oração secreta porque está envolta pela presença de Deus e que dele se ocupa de maneira ininterrupta.
O pecado original, dentro de nós, é como um defeito de fabricação. Muitas pessoas, ao comprarem um carro novo, percebem logo que ele apresenta defeito e o levam à oficina especializada; devido ao grande trabalho que têm acabam devolvendo o carro para a revendedora. Aquele carro já veio com defeito de fabricação, não por minha culpa e nem porque dirijo mal, mas porque o defeito já existia.
Há uma criatura dentro de nós que só nos dá trabalho: a Palavra de Deus a chama de homem velho. Na verdade somos nós mesmos, mas, uma vez agraciados pelo Senhor, recebemos a efusão do Espírito Santo e um homem novo vai se formando dentro de nós.
Uma transformação vai acontecendo, porém o homem velho continua a existir. Ele nos dá trabalho porque tem defeito de fabricação, de nascença. Viemos com um defeito de fabricação que se chama pecado original e, é justamente por causa desse pecado que, sem desejarmos, há em nós uma indisposição para adorar.
Às vezes você fica atrapalhado ou com vergonha pelo fato de não conseguir fazer adoração e faz de tudo para que as outras pessoas não saibam que sente essa dificuldade.
Só que infelizmente isso é algo natural, que acontece por causa do defeito de fabricação que temos: o pecado original.
Admirar Deus nos faz um bem enorme. Não é que Ele goste de ser admirado, mas é que Ele sabe que essa admiração faz bem a nós, como que recarregando nossas baterias.
Nossa admiração diante de Deus nos torna mais gente, nos faz mais criaturas humanas, nos faz crescer como pessoa. Quanto mais nos aproximamos de Deus, nos tornamos criaturas mais sensíveis. Por isso Ele nos deu a graça de poder adorá-Lo.
Padre Jonas Abib
Nos arredores da cidade de Lamada, na Itália no ano de 1330, aconteceu um milagre relacionado à Eucaristia:
Um sacerdote foi chamado para administrar os últimos sacramentos a um agricultor enfermo. Numa atitude de relaxamento, o sacerdote pegou a hóstia consagrada de dentro do sacrário, colocou-a dentro do seu breviário (livro do Oficio divino que sacerdotes rezam todos os dias) e foi atender o doente. Ao chegar lá, ouviu-o em confissão, e quando foi dar-lhe a comunhão, abriu o livro onde havia colocado a hóstia: as páginas estavam ensangüentadas.
O sacerdote foi tomado de um profundo arrependimento, voltou ao convento dos agostinianos para relatar o ocorrido ao Padre Simon Fidati, religioso e teólogo, beatificado pela Igreja algum tempo depois.
Primeiramente, confessou-se com o sacerdote, porque havia pecado contra o corpo e sangue do Senhor, e depois lhe apresentou o livro e o resultado do seu "relaxamento".
Misericordiosamente, o Senhor quis demonstrar ao sacerdote que Ele estava presente naquela hóstia, por isso deixou ali as marcas do Seu sangue.
O Pe. Simóm Fidati guardou aquela relíquia em Cássia (onde estão os restos mortais de Santa Rita). Lá está também a página do livro do Breviário com a marca do sangue, lá está para todos nós podermos ver, e não cairmos no relaxamento e na rotina. Para não sermos réus do Corpo e do Sangue do Senhor.
O mais interessante é que quando se coloca uma luz atrás da página ensangüentada, também se vê o perfil do rosto de Cristo. É um segundo milagre.
O primeiro milagre é a página do livro ensangüentada e o segundo, o perfil do rosto de Cristo presente ali. Um milagre dentro de outro milagre.
A Eucaristia, embora se mostre na pobreza do pão e do vinho, não é algo sem importância!
Isso foi proclamado por São Paulo em sua primeira Carta aos Coríntios:
"Por isso, meus queridos, fugi da idolatria. Eu vos falo como a pessoas sensatas: julgai vos mesmo o que digo. A taça da benção que nós abençoamos não é porventura uma comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é uma comunhão com o corpo de Cristo?"
(1Cor 10, 14-16).
Quando comungamos, entramos em comunhão com o sangue de Cristo; com o corpo ressuscitado do Senhor. Recebemos em nós a semente da ressurreição.
Paulo não conviveu com Jesus como os apóstolos. Ele converteu-se bastante tempo depois da Sua morte; mas recebeu isso diretamente do Senhor, por revelação. Por isso disse:
"De fato, eis que eu recebi do Senhor, e o que vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou pão e após ter dado graças partiu-o e disse: 'Isso é o meu corpo em prol de vós, fazei em memória de mim'"
(Cor 11, 23-24).
Ele nunca diria: "Eis que eu recebi do Senhor, e o que vos transmiti", se não fosse real.
Os outros apóstolos estiveram presentes na última ceia, viram, tocaram, receberam de Jesus o pão e o vinho consagrado, mas Paulo recebeu isso por revelação:
"Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no Meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor" (1Cor 11,25-27).
Aí está a prova mais linda da presença real de Jesus na Eucaristia. Como alguém poderia ser culpado para com o corpo do Senhor, recebendo-o indignamente, se Ele não estivesse realmente ali, debaixo das aparências do pão e do vinho?
Diante disso, precisamos nos examinar para não recebermos o corpo do Senhor indignamente. Precisamos acautelar-nos para não cair na rotina e no relaxamento. O milagre eucarístico não aconteceu para corrigir apenas o relaxamento daquele sacerdote, mas para corrigir o nosso relaxamento.
Peçamos ao Senhor a graça de O recebermos com o coração aberto em atitude que rezassem sempre.
Quando o anjo apareceu aos pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco, ele lhes ensinou uma oração em desagravo ao Senhor presente na Eucaristia. Pediu que rezassem sempre:
"Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam".
Precisamos pedir ao Senhor um coração cheio de amor e respeito pelo Seu corpo presente na sagrada Eucaristia.
Padre Jonas Abib
Pe. Léo
Jonas Abib
A nossa casa precisa ser do Senhor. Nossa família toda precisa ser inteiramente do Senhor. Unicamente dEle. É triste ver, que ainda há muitos dos nossos, que estão longe de Deus e não querem saber dEle; são renitentes, teimosos.
Em nossa casa existem muitos que não freqüentam mais à Igreja. Que não querem saber de Padre, de Igreja, de oração, de confissão, de Missa, e, principalmente, não querem saber de Eucaristia.
Há pessoas brutas, autoritárias, ruins, maldosas, que falam palavrão, que fazem coisas erradas... na nossa casa. O nosso coração sofre, vendo que pessoas de dentro da nossa família, agem assim. Pessoas no vício, na bebida..., eles não calculam o mal que fazem para si mesmos e para a família.
Assim como Jesus escolheu Zaqueu, Ele nos escolheu para levá-Lo para nossa casa.
Veja a passagem do Evangelho de São Lucas:
"Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessava a cidade. Apareceu um homem chamado Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, muito rico. Ele procurava ver quem era Jesus, e não conseguia por causa da multidão, pois era de pequena estatura. Ele correu para a frente e subiu num sicômoro a fim de ver Jesus, que ia passar por ali. Quando Jesus chegou a esse lugar, levantando os olhos, disse-lhe: `Zaqueu, desce depressa: hoje preciso ficar na tua casa" (Lc 19,1-5).
Naquele dia, foi Jesus quem quis ir à casa de Zaqueu. Hoje, é à nossa casa que ele quer ir.
"Zaqueu desceu depressa e o acolheu todo alegre. Vendo isso, todos murmuravam; diziam: `É na casa de um pecador que ele foi se hospedar" (Lc 19,6-7)
Jesus ficou na casa de Zaqueu, e quer ficar também em nossa casa.
Somos fracos, temos muitos erros, muitas fraquezas, cometemos muitos pecados, mas Jesus nos escolheu. Ele decretou que quer ficar em nosso lar.
"Mas Zaqueu, adiantando-se, disse ao Senhor: `Pois bem, Senhor, eu reparto aos pobres a metade dos meus bens e, se prejudiquei alguém, restituo-lhe o quádruplo" (Lc 19,8).
Zaqueu fez isso porque a sua vida já tinha mudado. Só se mexe no bolso, quando o Senhor toca no coração.
"Então Jesus disse a seu respeito: `Hoje veio a salvação a esta casa, pois também ele é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido" (Lc 19,9-10).
O Senhor realiza esse Evangelho! Este é o clamor do povo: "Quero Deus, necessito de Deus na minha família".
Diga ao Senhor:
Jesus, escolheste a mim, apesar da minha fraqueza e do meu pecado. Escolheste a mim, para levar-Te para a minha casa.
Senhor, não sou digno de que entres na minha casa, mas... preciso que entres e digas uma Palavra. Porque basta que digas uma Palavra e a minha casa será transformada. A minha família será mudada. Entra na minha casa e permanece nela, Senhor.
Tenho a alegria de levar-Te para a minha casa.
Estamos num tempo muito difícil: os problemas na nossa família não são apenas naturais ou humanos.
Problemas estão acontecendo, porque o inimigo quer destruir a nossa casa e todas as famílias.
Uma forma de destruir a nossa família, é colocar revolta no nosso coração. Ele coloca revolta contra pai, contra mãe..., usando você como inocente útil...
Não há pai ou mãe que não erre. Infelizmente todos nós, filhos, acabamos sendo feridos por algo que o pai disse, que a mãe fez, que o pai deixou de fazer, que o pai proibiu, pela confiança que o pai não deu, por aquela palavra que a mãe disse e feriu...
Muitas coisas aconteceram e nos feriram: a brutalidade e autoritarismo do pai, o nervosismo da mãe, a bebedeira do pai, a infidelidade, a leviandade ...
O inimigo usa esses fatos do passado, cultivando feridas. Ele cria em nós ressentimento, mágoa..., até chegar à revolta.
Depois de um tempo nem suportamos mais ouvir a pessoa e nem agüentamos seu jeito. O desejo é sair de casa, e procurar na rua o que não se consegue no lar. Há quem busque até mesmo coisas boas: parte-se para o grupo de oração, para o ministério de música, para uma comunidade, para o grupo de jovens..., mas tudo porque não agüentamos mais ficar em casa. Na verdade, é uma fuga...
O que era ressentimento, mágoa, sentimentos ruins, irritação... se torna raiva, rancor, revolta..., logo depois ódio e vingança.
É como qualquer doença: se não for curada em tempo, aumenta e se torna crônica.
É preciso reconhecer que essa é uma arma desleal do inimigo para fazer de nós mesmos os "inocentes úteis", para destruir nossa casa e nossa família. É ele que, de uma maneira covarde, instiga em nós esses sentimentos todos, com o objetivo determinado de implodir nossa casa e toda a nossa família.
Declare agora que você quer ser instrumento de amor e não de destruição em sua casa:
Preciso expressar amor. Quero amar o meu pai e que ele sinta que eu o amo. Quero amar a minha mãe e que ela sinta que eu a amo. É preciso que eu ame os meus irmãos e que eles sintam que eu os amo.
Senhor Jesus, diante de Ti, digo não à toda decepção com meu pai e minha mãe, com a minha família. Digo um basta à revolta que, infelizmente, foi nascendo no meu coração.
Peço-Te, Senhor, arranca tudo isso do meu coração. Não quero ficar com esses sentimentos ruins. Quero que venha à tona o amor que existe no meu coração.
Amo o meu pai, minha mãe e preciso do amor deles. Amo a minha família e preciso dela. Por isso, hoje rompo com todo esse passado e perdôo o meu pai e a minha mãe. Perdôo cada pessoa da minha família. Peço perdão ao meu pai e à minha mãe. Preciso ser perdoado, mas também quero perdoar. Obrigado, Senhor, porque posso perdoar a tudo e a todos.
Obrigado, Senhor, porque existe amor no meu coração. Quero entrar na minha casa disposto a amar. Não vou entrar na minha casa sozinho: vou entrar com o Senhor. E porque o Senhor vai entrar comigo na minha casa, tudo vai se transformar.
Padre Jonas Abib