Segundo informou a Agência AIS está agendada para esta quinta-feira, 4, a votação pelo Parlamento Europeu de uma Resolução sobre o “assassinato sistemático” de minorias religiosas pelo auto-proclamado “Estado Islâmico”.
Este documento, a que a Fundação AIS teve acesso, elenca um vasto número de anteriores debates produzidos ao nível do Parlamento Europeu sobre “a ideologia extremista violenta” do chamado “Estado Islâmico”, com os ataques “generalizados contra civis” e as violações do direito humanitário internacional, “incluindo aqueles perpetrados em terreno religioso ou étnico”.
Na resolução que subirá a plenário na próxima quinta-feira, este grupo jihadista é considerado como “uma ameaça global e sem precedentes para a paz e a segurança internacionais”.
No texto, os parlamentares destacam as violações generalizadas cometidas na Síria e no Iraque contra cristãos e outras minorias étnicas e religiosas, como os yazidis, os turcomanos e comunidades xiitas, por exemplo, vítimas de “matanças, conversões forçadas, sequestros, escravidão de mulheres e crianças, recrutamento de crianças para atentados suicidas, abuso e tortura sexual e física”.
Afirmando a “preocupação crescente” pelo bem-estar dos que “ainda estão retidos em áreas controladas” pelo auto-proclamado “Estado Islâmico”, o Parlamento Europeu pretende, com esta resolução, classificar os actos cometidos pelos jihadistas como “crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio”, salientando que “não deve haver impunidade para com os autores destes actos e que os seus responsáveis” devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional.
Nesta resolução, que compromete o Parlamento Europeu, são exortados os seus Estados-Membros a trabalharem “activamente na luta contra a radicalização” dos seus próprios cidadãos, melhorando os sistemas jurídicos de cada país de forma a evitar-se que os europeus se juntem ao auto-proclamado “Estado Islâmico” e que, caso o façam, possam ser “processados criminalmente”.
O documento sublinha a importância e o “direito inalienável” de as minorias religiosas e étnicas do Iraque e de Síria poderem continuar a viver nas suas terras históricas, “em dignidade, igualdade e segurança”, praticando “a sua religião livremente” sem que estejam sujeitos a qualquer tipo de “coerção, discriminação ou violência”.
O Parlamento Europeu sugere ainda que a comunidade internacional possa garantir o direito de regresso a todos os que foram obrigados a fugir de suas casas, assegurando-lhes a devolução dos seus bens pessoais, bem como de “igrejas e locais religiosos e culturais”, para que possam levar “uma vida digna e com futuro”.
Além do auto-proclamado “Estado Islâmico”, o Parlamento Europeu classifica neste documento como “grupos terroristas” as organizações jihadistas Al-Qaeda e al-Nusra.
Fonte: Zenit